Um jovem afegão, de 23 anos, vivia com a mãe e os cinco irmãos na cidade de Cabul. Em 2016, deixou a família e fugiu do seu país, devido a problemas com a máfia. Mudou-se para o Irão, onde permaneceu durante seis meses, tendo ainda vivido um ou dois meses na Turquia, antes de chegar à ilha de Lesvos.
Na primeira vez que tentou fazer a viagem até à Grécia, foi apanhado pela polícia turca e esteve preso durante duas semanas. Na segunda tentativa, apesar de ter sido uma viagem difícil, com problemas no motor do barco, conseguiu chegar ao destino, com o auxílio da guarda costeira grega. Já no centro de detenção de Moria, juntou-se à irmã e à sua família. Eram seis pessoas, incluindo crianças, a viver numa tenda muito pequena, sem qualquer resguardo para o frio. Após outros sete meses, foram transferidos para Kara Tepe, onde permanecem há mais de um ano.
O jovem é voluntário em várias organizações, contribui na distribuição de água e comida no campo e dá aulas de informática a crianças e adultos. Apesar de ter uma vida melhor em Kara Tepe, lamenta o facto de estar retido em Lesvos há dois anos e refere estar cansado e muito preocupado com o seu futuro.
