Agora com 17 anos, este jovem nasceu no Irão como refugiado, onde permaneceu durante 12 anos. Sob ameaça dos terroristas devido à profissão do pai, que era jornalista, mudou-se para o Afeganistão com a família. Três anos depois, novamente perseguidos, tomaram a decisão de fugir para a Europa. Foram para a Turquia, onde ficaram durante dois anos, uma vez que as fronteiras europeias já estavam fechadas. Ao fim de dois anos, embarcaram na travessia do Mediterrâneo, para chegar à ilha de Lesvos.
Recorda o medo e a hesitação da família no momento de entrar no barco. Refere ainda: “Já durante a viagem, vimos um barco com uma luz forte a aproximar-se. Pensámos que era a polícia turca e entrámos em pânico. Toda a gente gritava para irmos mais rápido. Quando o barco se aproximou, vimos a bandeira grega e toda a gente ficou feliz”. Quando chegaram, foram para o centro de detenção de Moria, onde viveram em péssimas condições: “Éramos três famílias numa tenda, quinze pessoas numa tenda.
Não conseguia dormir. Durante muito tempo, não dormia. A nossa tenda era num sítio muito perigoso, onde havia muita violência. Lembro-me de um dia acordar e os nossos sapatos estarem cheios de sangue, por causa das lutas da noite anterior.” Viveram em Moria durante um mês e meio, até serem transferidos para o campo de refugiados de Kara Tepe, onde vivem há cinco meses.
