O Bloco de Esquerda comemorou na semana passada o seu 20º aniversário.
E temos de deixar aqui um obrigada muito especial aos seus fundadores, que com a coragem de quem procurava e procura ainda trazer uma alternativa à esquerda para a resolução dos problemas do país, numa perspectiva mais abrangente, e os problemas de cada pessoa em particular, modo de fazer política que até hoje faz parte da génese do Bloco, assim como a sua pluralidade.
O tempo de vida do Bloco seria curto, dizia-se. Não duram mais de 6 meses, vaticinavam. E para desespero de alguns, e enorme satisfação de muitos outros, ainda cá estamos. Viemos para ficar, para abraçar os que chegam de novo como eu, abraçando este projeto de fazer política séria e honesta.
Queremos que cada vez mais jovens se revejam neste Bloco e juntos darmos continuidade a uma continuidade a uma política à esquerda que se quer interventiva, como somos, resiliente como somos, atentos às necessidades de todos/as como estamos, combativos e plurais nas ideias e nos pensamentos, acreditando que desta forma se produzem melhores soluções.
O Bloco acolhe todas as lutas, hoje e sempre sem temermos rótulos. Lembro-me de ter estado na luta pela despenalização do aborto, e estava grávida, para alguns merecia a fogueira.
Mas as lutas não param, seja por um SNS que dê resposta a todos e a todas, que ninguém fique de fora, independentemente da condição económica ou social. Que o SNS saiba responder afirmativamente aos propósitos de Arnault e Semedo.
Que a escola seja para todos sem que a condição económica afaste os jovens e imponha aos pais um esforço que muitos não podem suportar.
Que sejamos capazes de acolher os que fogem da fome e da guerra.
Que a justiça esteja ao serviço de todos, sem cor, sem condição social, sem género, sem religião ou sexo. Que a justiça proteja as vítimas e não os seus agressores.
Não podia também deixar de fazer referencia às questões do trabalho, é urgente que se faça esta luta. Sabemos que o Bloco em muito contribuiu para as mudanças mais recentes, mas o essencial, aquilo que determinará uma melhoria clara e efetiva para quem trabalha, ainda está por fazer. Falo claramente na alteração ao Código do Trabalho, pelo retirar da espada sobre a contratação coletiva, pelo reforço necessário na defesa dos trabalhadores e pelo reconhecimento que estes merecem como força produtiva.
Pelo passado inquestionável do Bloco de Esquerda, pelas conquistas obtidas tanto como fator decisivo nesta solução governativa, como na oposição à Direita com propostas sérias e claras na luta por um Portugal melhor.
A luta continua hoje e sempre!
Parabéns Bloco de Esquerda!