Um casal afegão e dois dos seus cinco filhos deixaram tudo para trás e partiram com o objetivo de chegar à Europa. Saíram do seu país, onde eram perseguidos por motivos religiosos. Temendo pela vida, ficaram apenas 10 dias na Turquia, até conseguirem um negócio com os smugglers para irem até à ilha de Lesvos, na Grécia.
O pai descreve a jornada como “uma viagem para a boca da morte”, dizendo que “foi uma sorte chegarmos aqui sãos e salvos”. Ao atravessar o Mediterrâneo, o barco rompeu-se e a água começou a entrar, empurrando-o para baixo. Por momentos, instalou-se o pânico e acharam que não iriam sobreviver. A guarda costeira grega apercebeu-se e conseguiu resgatá-los, levando-os em segurança até à ilha. Foram para o centro de detenção de Moria, onde ficaram durante cinco meses. Ao falar de Moria, queixam-se das péssimas condições e dos conflitos violentos, referindo que se sentiram psicologicamente torturados durantes esses meses.
Agora, estão no campo de refugiados de Kara Tepe e dizem que, apesar de viverem em melhores condições, ainda não têm uma vida normal. Agradecem o trabalho dos voluntários e referem que, sem eles, os refugiados não teriam sobrevivido. Agradecem especialmente aos voluntários portugueses e pedem a Portugal que acolha mais refugiados.
